A Prefeitura de São Paulo concluiu que apenas os ônibus devem circular nos corredores da cidade e que a presença dos táxis prejudica a velocidade dos coletivos. A conclusão consta de um estudo solicitado pelo Ministério Público de São Paulo e pode ser o início do processo de proibição da presença de táxis nos corredores. Atualmente, eles podem usar os corredores quando têm passageiros e fogem assim dos engarrafamentos das faixas ocupadas pelos demais veículos.
Os corredores são as faixas voltadas a ônibus que ficam à esquerda de algumas avenidas da cidade, como Santo Amaro, Rebouças e Nove de Julho. São nove corredores na cidade, totalizando 101 km. A cidade tem ainda 34 mil taxistas.
Segundo o estudo, a velocidade dos ônibus fica limitada a 6 km/h em razão da presença dos táxis. Outras conclusões são que três a cada quatro táxis usam o corredor e que menos de 1% dos passageiros transportados no corredor usam táxi. "As vezes tem que ficar dando farol", afirmou o motorista Lucas de Araújo sobre a presença dos táxis nos corredores.
O estudo será entregue ao Ministério Público às 14h e foi antecipado pelo SPTV. Também nesta quarta, o prefeito Fernando Haddad (PT) disse que o governo municipal ainda não se decidiu sobre a proibição dos táxis nos corredores. "Nós não tremos uma posição firmada sobre os corredores. Mas achamos importante o debate na sociedade", disse.
A SPTrans já vinha fazendo estudos com relação ao corredor Pirituba-Lapa-Centro quanto à interferência dos mais variados tipos de veículos. Com o pedido do MP, o levantamento foi ampliado.
O presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Aílton Brasiliense, afirmou que é contrário à presença dos táxis nos corredores. "O táxi não tem nada de estar ali. O corredor é para transporte coletivo, não transporte individual", disse.
Faixas
Se a presença dos táxis nos corredores está ameaçada, nas faixas exclusivas, que ficam à direita, deverá continuar proibida, explicou o secretário Jilmar Tatto em setembro.
"Nós precisamos da faixa exclusiva de ônibus só para os ônibus porque nós vamos fazer um trabalho que não é fácil, que é a operação controlada, para que o usuário que pega ônibus saiba exatamente o horário em que o ônibus vai passar. E, para que ele saiba, a via precisa estar desobstruída. Se não, não é possível controlar [a velocidade] esse ônibus por GPS”, afirmou Tatto.
Fonte: G1 SP
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